Saúde mental e inteligência emocional

As energias não gastas geram stress, tanto para as crianças que ficam cada dia mais entediadas, agitadas e irritadas, como também para os adultos, que precisam lidar com a pressão de ter que trabalhar dentro de casa e ser produtivo, cuidar da casa, dos filhos e acompanhar os estudos deles nesse período…

E é aí que mora o perigo. No auge do stress, podemos confundir o comportamento da criança com quem ela é de fato. A criança não escutou um comando de parar de fazer algo, por exemplo, e logo dizemos: Como você é desobediente e não escuta nada do que eu falo!

Para as crianças, os adultos/responsáveis são as referências de certo e errado, ou seja, são autoridades, os “donos das verdades” que elas conhecem até ali. Quando o adulto define a criança como desobediente que não escuta, ela provavelmente aceita aquilo como verdade absoluta: “Se minha mãe/pai/avó está falando, é porque eu sou mesmo muito desatento e não consigo seguir as ordens”.

Você pode dizer: Mas ele é mesmo! Não! Ele não é! Ele está temporariamente desatento. Mas, ao afirmar isso, nasce na mente subconsciente daquela criança uma crença limitante, que nada mais é do que a responsável por algumas dificuldades que poderão surgir no futuro, como por exemplo, se tornar um adulto inseguro, que tem dificuldades para se concentrar nos estudos ou que procrastina muito no trabalho.

Assim, ao definirmos a personalidade da criança pela ação negativa que ela teve, estamos educando de forma errada e não é isso que queremos. Então evite frases como: Você não consegue – Você é fraco ou burro – você é um incompetente – Deixa de ser chato, e por aí vai.

Na verdade, se nós adultos, olharmos para a história da nossa infância, possivelmente veremos o nascimento das nossas crenças limitantes. Coisas que fomos absorvendo como verdades ao longo da vida a partir do que um dia alguém falou sobre nós.

Então, que tal usar a quarentena para cuidar da saúde mental e inteligência emocional dos pequenos e de quebra identificar e ressignificar as nossas crenças limitantes também?